terça-feira, 29 de maio de 2012

Esconda o seu restaurante !!


ATENÇÃO O POST A SEGUIR É UMA BRINCADEIRA !!  Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência .. FOODIES  eu AMO vocês!

sushi do meu restaurante escondido



Se você tem um restaurante só seu, aquele em que você é super bem atendido, come bem, conhece o nome do dono, do garçom e do manobrista, guarde para você!



Você pode não perceber, mas por aí, escondidos por trás de chapeuzinhos panamás, gravatinhas borboletas e iphones mega equipados, estão os foodies. Eles são espertos e sempre conectados, podem de uma hora para outra transformar esse seu restô de estimação no novo point diferente e descolado da cidade "aquele restaurante que ninguém conhece". Acredite ! Você não quer isso!!



Se a noticia se espalhar pelas comunidades foodies você será esnobado pelo mesmo manobrista com o qual discutia o jogo do Corinthians, será obrigado a trocar o seu prato favorito por alguma referencia naturalista nórdica e terá que harmonizar todo e qualquer aspecto do seu jantar, da bebida ao pós-barba do garçom.



Foodies são uma tribo nômade que se espalhou pelo mundo fazendo listas de melhores restaurantes, criando blogs com nomes esquisitos e transformando cozinheiros dedicados em egocêntricos malucos... Cuidado!!! pessoas que são capazes de se deslocar por horas num transito infernal só para comer um hambúrguer. São capazes de tudo !!!



Portanto, boca fechada, se você ama mesmo esse seu restaurante, guarde para você, não tenha medo, se o restaurante é mesmo bom, não faltarão bons clientes, se for ruim, fechará de qualquer jeito.



PS: se o restaurante em questão for o meu, faça propaganda a vontade e desconsidere esse post!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Na estrada

A comida é a melhor ferramenta para resgatar bons momentos, fotos e filmes se perdem em álbuns empoeirados ou pendrives esquecidos, mas a memória gustativa é daquelas coisas que nunca acabam, mais ou menos como aquela novela da Malhação.

Nesse final de semana tive um desses deja vues gastronômicos, pegava a rodovia dos Tamoios rumo a Ilhabela quando avistei um restaurante de beira de estrada, era o Fazendão na cidadezinha de Paraibuna ! O Fazendão fez parte da minha infância, passava quase todas minhas férias de verão no litoral norte de São Paulo e o sanduiche de lingüiça com vinagrete era o símbolo do começo das férias, devorar aquele sanduba era o passaporte para diversão que estava por vir.

Sempre digo que o paladar é um caminho sem volta, de mordida em mordida evoluímos, a cada bom jantar nos tornamos mais exigentes, por esse motivo, apesar da empolgação de reencontrar o sanduba da minha infância já fiquei com o pé atrás, a baixa expectativa ainda é o maior segredo para a felicidade, tinha que manter a minha bem domada.

Mas não houve nem sinal de decepção, tudo continuava como antes, a chapa ainda é a lenha, a lingüiça gostosa como sempre, o pão fresco e o queijo da fazenda derretido e queimado na borda estava ali , firme e forte. Pqp q maravilha!

Quero ainda rodar as estradas do Brasil para conhecer todos os lugarzinhos que fazem a alegria dos viajantes, quem tiver dicas, por favor mande nos comentários!!!  Até semana que vem!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Observatório ambulante




Tenho corrido bastante pelas ruas de São Paulo, o que me faz ter uma relação um pouco diferente com a cidade, do carro com portas e janelas fechadas passamos por tudo muito depressa ou, com o transito absurdo, mais devagar do que deveríamos.. De qualquer maneira, essa arminha de guerra particular que dirigimos por aí, distorce a cidade, deixa tudo homogêneo e funciona como lente de aumento para a feiúra dos prédios e ruas e para a maluquice das pessoas.

Correndo, consigo observar a cidade de perto, ouço os barulhos, sinto os cheiros, vejo as coisas, como um daqueles filmes 5D, o interessante é que como estou em outro ritmo, correndo rápido, de tênis e roupa esportiva, estou de certa forma fora do contexto e isso aumenta minha capacidade de análise das coisas.

Analisar as pessoas, além de divertido é fundamental  para minha profissão, com o passar do tempo, consigo identificar cada vez melhor o perfil de cada cliente, entender o que o cara quer, saber, pelas suas características, qual é o tipo de comida que vai encantar. Confesso que existe um bocado de preconceito no que estou falando, mas, por outro lado, é bastante eficaz, quase sempre certeiro.

Meu observatório ambulante capta impressões diferentes a cada lugar e a cada dia, tem a cidade coxinha, onde brotam restaurantes italianos mais ou menos bons, prédios neoclássicos e carros brancos, tem a São Paulo hipster, dos óculos de armação grossa, roupas coloridas, papos de yoga e indie rock, tem uma massa trabalhadora que esta mais preocupada em não perder o ônibus do que qualquer outra coisa, há varias outras são paulos e como um vinagrete mau batido, é fácil ver as diferenças.

O importante nessa história é que  continuo correndo, todo dia, de um lado ou outro da cidade, analisando tudo, tirando conclusões q não levam a nada, enriquecendo meus assuntos de bar e absorvendo a cidade, é divertido e é meu novo passatempo.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Hot Dogs a la française

Não sei, só sei que foi assim.

Durante a noite comecei a acompanhar as movimentações pelo twitter, todo mundo falando sobre a virada gastronômica, a expectativa para a galinha do Alex era enorme. De repente começam as noticias negativas, muita gente, pouca galinha, confusão e um clima de secação parecido com o que acontece quando o Corinthians joga a Libertadores, manja aquele vizinho palmeirense que não vê o time ganhar nada e fica zicando o dos outros? Era um pouco esse o clima da coisa.
Caminhãozinho


Às 4 da manhã já parti pro restaurante, era a hora de empacotar as coisas, colocar no caminhãozinho e partir pra ignorância, sabia que iria trabalhar muito, nem imaginava o quanto...


Chegamos no minhocão e uma feira começava a ser montada no local de descarga dos equipamentos, resultado, uma baita luta com os caras do caminhão de peixe, eu com essa cara de manézão tentando impor respeito, e meu pai, que a principio só iria me dar uma mão para descarregar as coisas, quase sendo atropelado por um brother bêbado do caminhão de frutas..  uma beleuuuza..

Baguetes !!

Subimos, montamos os equipamentos na barraca, um monte de quilos de salsicha, umas 2300 baguetes, bechamel, queijo gruyere, salamandra, banho Maria, periquito, papagaio, as criança, as mala, no estilo família feliz partindo pro feriado na praia, só faltou o Kadet sem ar condicionado e o poddle correndo na tampa do porta-malas.
Manhã (fila)


Organizada a barraca, cadê a luz??? Nada, e não teve luz até as 9 e pouco da manhã. Enquanto isso chegava gente de tudo quanto é lado, alguns mais loucos que o Batman, outros com sono e fome, mas todo mundo num clima bacana, sem agressividade, bem de boa mesmo. Antes de chegar a luz, minha barraca já tinha fila e foi assim durante todo dia, das 5 da manhã as 19:00 da noite..

Tarde (ainda fila...)

Nas horas que passei fazendo hot dog no minhocão, não parei um minuto, nem para comer, nem para ir ao banheiro, nem para falar com a minha namorada que pegou fila como todo mundo para pegar o dogão Frances, minha equipe me acompanhou e servimos mais de 2000 hot dogs, sem parar, nosso café da manhã foi um ultimo hot dog as 19:00 da noite..  vou ser obrigado a falar: AQUI É CORINTHIANS AMIGO!!!


Houve problemas, alguns previsíveis como as filas desorganizadas, outros de ultima hora, como a luz que não parava de cair ou gente mal educada que queria furar a fila, mas o saldo do chefs na rua foi incrível.

Noite (mais fila)

São Paulo é carente de iniciativas como essas, vivemos enfurnados em nossos carrinhos ou dentro de metros e ônibus e esquecemos que existe vida nas ruas e calçadas. O chefs na rua foi importante, mais importante do que pareceu, mesmo que de maneira desorganizada e atabalhoada foi uma oportunidade de aproximar o público da comida, mostrar que gastronomia é algo que faz parte da vida dessas pessoas, não é algo desconexo, não é “para poucos” como o secretario Kalil em uma frase infeliz ressaltou.


E mesmo que a experiência não venha a servir para nada, para mim foi fundamental, relembrei o motivo pelo qual escolhi essa bagaça de profissão, curti cada segundo com minha equipe e com meu pai, consegui trazer um pouquinho de felicidade pra algumas pessoas por ali, mesmo que tenha incomodado alguns malas sem alça.


terça-feira, 8 de maio de 2012

é só mais um blog de comida ..


Tudo bem, ninguém tem mais saco para blogs, ainda mais os gastronômicos, com fotinhos de comida pra cá, "criticas de restaurantes" pra lá e todo aquele blablabla que só o encantador mundo dos gastrochatos pode proporcionar.



Porque então escrever mais um?



Porque eu curto escrever, acho divertido e assim como a corrida, funciona um pouco como exorcismo, a partir do momento que eu boto uma idéia no papel, mesmo que toscamente como costumo fazer, deixo de pensar nela e passo pra próxima. Além disso, ta difícil ganhar dinheiro com restaurante e ouvi dizer que tem uns problogers milionários por aí, vai que rola...



Peço ao leitor que não leve a sério as coisas que eu escrevo por aqui, não tenho pretensões ambiciosas com esse blog, não planejo salvar o mundo, nem revolucionar a gastronomia (embora eu ache isso perfeitamente possível) , sou irônico e auto irônico sempre, peço a gentileza e a compreensão de vocês .



Pretendo falar aqui tambem sobre outras 2 grandes paixões, a corrida, afinal acabei de me tornar maratonista e concorrente a vaga olímpica em 2016 e sobre o Corinthians, importante lembrar que o Curintia é a segunda coisa mais importante existente no mundo, a primeira eu não me recordo no momento mas também deve ser importante. Bom, acho que é o que temos pra hoje... Vamo lá!